sábado, 15 de setembro de 2012

Contato, improvisação e criação!

Na Casa Cria tem disso sim, tem disso sim, tem disso sim! Nosso trabalho continua a todo vapor e os nossos alunos estão cada vez mais a vontade. Todo mundo já está sendo capaz de 'sentir o calor humano' sem se importar com nenhum pré-julgamento. Quando acordo cedo aos sábados acho que esstou indo visitar uns parentes que gosto de ver-rever sempre pois, me alimentam. E esse povo tem me alimentado deveras com música, papos, e poesia. Toda manhã eu deixo a preguiça atrás da porta, trago a câmera na bolsa e sei que vou ter ricos momentos de inspiração, de criação. Sábado pela manhã é momento de ver  no corpo aquela música que a gente gosta, lembrar daquele conto que não sai da nossa cabeça. Sábado pela manhã é dia de contar história, de ouvir história, de ler sobre um cara que eu adoro e que estou conseguindo ver outros olhares sobre sua obra. Como uma menina que trouxe um cenário em miniatura que me deixou uns três dias de boca aberta e com uma vontade enorme de ter tamanho talento. Nessa casa onde criamos e recriamos eu me espanto com a forma maravilhosa como cada um se expressa - tipo os desenhos da Maria desAparecida que são para lá de profissionais, ou os desenhos da Ely Daisy que faz pintura até em caixa de fósforo. Sábado é dia de me ver há alguns anos atrás com tantos planos e pouco tempo para realizá-lo. Sábado sou terapeuta, sou professor, tio, enfermeiro. Sábado é dia de cuidar da merenda, de fazer uma faxina, de  ter muitas expectativas, dia de se projetar no outro. E todo sábado minhas manhãs terminam com gosto de quero mais, com uma necessidade de esperar pelo próximo sábado e de passar os dias pensando o que iremos aprontar da próxima vez 
 

"Eu vazo amor feito torrente"
"Alguns medos a gente tem, outros a gente não tem"
"Os desejos do jovem mostram as futuras virtudes do homem."
"Você tem fome de quê? Você tem sede de quê?"
"Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria"
"Louco é quem me diz que não é feliz"
 
 
Sim, faz parte do nosso trabalho conviver com jovens com sentimentos à mil e com ideias que se renovam a cada momento. É verdade que podemos enlouquecer ou enlouquecê-los se não formos cuidadosos ao ponto de perceber as nuances de comportamentos e a maneira confusa com que eles sentem. Acontece que os sentimentos ainda estão desordenados dentro da cabeça e é nossa responsabilidade fazer com que eles saibam sentir melhor tudo isso. Até porque nosso processo não é apenas de formação de atores - e nós sabemos como é importante saber ativar esse sentimentos da melhor forma possível - mas de formação de jovens pensantes, conscientes e que sentem, sentem, sentem. Outra aula, ouvimos do nosso querido Djavan - lembram-se dele? Aquele com nome de cantor nacional e que queria primeiro avaliar a aula para depois participar - Pois é, de mansinho Djavan foi fazendo os exercícios com maestria, mas salientou que não gostava muito 'desse negócio de abraçar', mas com o tempo e com nossa necessidade de troca de contato e de muitos abraços o Djavan mudou de ideia e até afirmou que:
- pela primeira vez gostei de abraçar!
Saber abraçar faz parte do processo de se compreender, de entender seu próprio corpo e perceber de que forma nos relacionamos com o mundo. Exercitar sentimentos acaba se tornando um processo de conhecimento e de  reconhecimento!
 


sábado, 8 de setembro de 2012

Um Oscar para Edmilson

 
Me dá um sinônimo de consciência e eu te digo: PACIÊNCIA! Me dá um sinônimo de consciência e eu te digo: PERSISTÊNCIA! Me dá um sinônimo de consciência e eu te digo: CARINHO! Outro dia me peguei pensando sobre meus adoráveis alunos da Escola Judite de Oliveira. É, às vezes eu  me pego pensando de que forma, de que jeito eu vou falar para essas crianças de olhares doces e atitudes pungentes sobre coisas profundas d'alma. Com que verso se diz CONSCIÊNCIA, com que verbo se canta essa necessidade de não se punir, de não se isentar? De que forma eu falo que é preciso aproveitar, que a vida é curta, os anos se passam velozes e o sonhos acabam virando apenas pão doce. Às vezes me sinto o Sancho Pança seguindo os desvarios de um Quixote que acredita em mudança, em jovialidade, em sinceridade-infantil, que acredita que tudo só se sonha junto. E quase sempre eu embarco nessa viagem de um Edmilson que sonha sonha sonha sonha em mudar o mundo com as próprias mãos. E cada vez mais eu acredito não ser loucura, cada vez mais eu acredito que estamos mudando muitos mundos que viviam presos em cabecinhas santas. Estamos mudando e coincidentemente um outro Edmilson me fez ver isso. Esse Edmilson tem pouco mais de dez anos, é inquieto, inconstante e tinha uma facilidade enorme de irritar a todos com sua necessidade de atenção, com sua necessidade de ser o centro, com sua necessidade de não seguir nenhuma regra, de não participar de nenhuma roda. E como eu achei esse Edmilson diferente do outro Quixote. E como desesperadamente eu esperei por uma palavra, por um verso, um conto, sei lá. Algo que dissesse com outras palavras o que é CONSCIÊNCIA. Algo que mostrasse que há algo mais lindo que isso. E eu não sei como, nem acho que fui eu. Talvez esse processo mágico que o teatro faz com nosso corpo-mente, só  sei que Edmilson tomou consciência, pegou um punhado de persistência, me deu um tanto de paciência e carinhosamente no meio da aula me disse:
- Eu mereço um oscar, porque hoje ninguém reclamou comigo.
É. Edmilson passou a sonhar no seu mundo e nos deixou muito muito mais tranquilos.

Como fazer o seu mamulengo! - Parte 1

Estamos com duas turmas de Poética do Objetos e Manipulação de Bonecos, uma que ocorre aos sábados à tarde na Casa Cria (Rua Estância, 1667) e outra com as crianças do Colégio Estadual Judite Oliveira. Ambas são coordenadas pela multi-artista Joelma de Araújo. Durante as últimas semanas, todos os alunos estão confeccionando seus próprios bonecos mamulengos. Como recentemente o Grupo Mamulengo do Cheiroso foi selecionado para participar do Palco Giratório, prestamos aqui nossa homenagem à esse grupo tradicional do qual nos orgulhamos muito, ensinando a você caro leitor, como fazer o seu próprio mamulengo.
Primeiramente em um balde com água repique muito papel higiênico e sinta a maravilhosa sensação.
 
 
Esprema num pano o papel para extrair toda a umidade.
 
Leve ao fogo farinha de tapioca com água até obter a consistência de cola, bem transparente.
 
 
Adicione a cola ao papel já seco.
 
 
Com rolo de papel higiênico enrola em um dos dedos para desenhar o pescoço do mamulengo.
 
 
No pescoço do seu mamulengo  preencha com jornal e barbant e depois com o papel com cola.
 
Após preencher o seu boneco com papel machê coloque-o para secar, e já vá pensando no nome!
 
 
Passe massa corrida no seu boneco e espere secar.