Nas
aulas do Colégio Santos Dumont, alguns conceitos importantes para o trabalho
teatral já estão sendo utilizados como concentração, olhar, trabalho em grupo e
imaginação. Para isso, os próprios alunos já estão sentindo a necessidade de
ver o nosso processo de forma laboral e não apenas como uma recreação. Tendo
sempre a diversão como o principal norte eles já entendem que os nossos
exercícios apesar de divertidos tem outras finalidades. Eles já perceberam –
como garotos espertos que são – que em nossas aulas nosso objetivo maior é que
o processo deve ser divertido, mas que há algo a mais. Isso ficou claro na fala
de Sara, garota de 11 anos, que na avaliação de nossas aulas disse o seguinte: “Pode
até ser brincadeira, mas não é só isso!”. Sara se referia a alguns momentos de
falta de concentração da turma, mas podemos atribuir sua análise a outras
finalidades. Qualquer trabalho, qualquer escolha que tomamos em nossas vidas
deve ser feita pensando na nossa realização, deve ser feita de forma prazerosa
e que nos traga divertimentos, assim como as nossas aulas. Se todos nós,
leitores, pensássemos como Sara, tornaríamos o trabalho – sinônimo de árduo,
chato, cansativo – em algo proveitoso e feliz.
Também resolvemos um problema que estava incomodando
muito em nossas aulas. Como disse em posts anteriores, estávamos com
dificuldade em lidar com a interferência externa, principalmente dos outros
alunos da escola que na hora do intervalo se penduravam no buraco do ar
condicionado para nos atrapalhar com gritos e tentando a toda sorte chamar
nossa atenção. Isso além de estar comprometendo o andamento das aulas, estava
gerando conflitos internos, pois, o Gabriel – nosso protetor – saía da aula
para pedir aos meninos que nos deixasse em paz – mesmo eu tentando conter o
Gabriel, ele sempre fazia isso. Resolvemos então permitir que os alunos
entrassem para assistir a nossa aula, e incrivelmente nossos problemas foram
resolvidos. Com direito até a plateia, nossa aula prosseguiu sem maiores
problemas. E antecipamos a sensação de sermos assistidos, o que foi uma
experiência muito importante para todos.
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